Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
Mobilizadas desde o dia 20 e até o próximo sábado (26), quase uma centena de organizações sociais de todo o mundo levam a cabo a Semana de Ações Mundiais pela Justiça Climática. O objetivo principal é interferir nos rumos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que começará no próximo dia 28, em Durban, África do Sul.
Em comunicado, as organizações pedem aos países desenvolvidos que "honrem suas responsabilidades históricas e seus compromissos legais”. "Os governos dos países ricos industrializados têm tratado de reverter os princípios da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e de desmontar os acordos existentes. Essa tentativa, que começou com o chamado Acordo de Copenhague, se aprofundou com os resultados de Cancún e poderia atingir o seu clímax em Durban”, alertam.
Como saídas para a crise climática, o documento propõe que os governos "impeçam uma mudança climática catastrófica e assegurem uma distribuição justa e equitativa da drástica redução de emissões”.
Nesse mesmo sentido, as organizações exigem o fim das "falsas soluções”, como mecanismos de compensação, comércio de carbono, programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), bem como mecanismos de mercado relativos às florestas, ao solo e à água, à geoengenharia em grande escala, à energia nuclear, às mega-represas e aos agrocombustíveis.
O documento explica ainda que as estruturas econômicas e sociais que causam a crise climática advêm de práticas promovidas pelos países industrializados, contudo, as consequências serão sentidas principalmente pela população mais pobre.
Diante disso, demandam a criação, pelos Estados ricos, de um fundo de financiamento para reparar danos causados pela mudança climática em países pobres. "O financiamento climático não deve adotar a forma de instrumentos de gerar dívidas e deveria canalizar-se por meio de um fundo mundial democrático e responsável que seja independente de outras instituições financeiras internacionais e que sustente os princípios de um acesso direto e definido pelos países, com decisões participativas acerca do uso dos fundos”, detalham.
Por fim, as entidades demarcam a importância de tomar medidas em nível global nos sistemas e métodos de produção e consumo. "Transformar estruturas sociais e econômicas e tecnologias, e reorientar políticas para se separar dos sistemas guiados pelos lucros, orientados ao crescimento, com alto consumo de carbono, dominados por elites e baseados na exploração, e ao invés assegurar uma transição justa até um desenvolvimento pós-carbono pensado para as pessoas, que seja equitativo, democrático e sustentável”, apontam.
Fonte: Adital
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