Lindomar Padilha
Cerca de 150 lideranças indígenas de 10 povos do Acre estão neste momento cercando o palácio Rio Branco, sede do poder executivo estadul. A manifestação tem por objetivo externar ao governo do Estado o descontentamento destes povos em relação às ações do governo. Chama a atenção o descontentamento dos indígenas em relação à lei 2308/10 que criou o Sistema Estadual de Serviços Ambientais (SISA). A lei, segundo os indígenas, foi criada sem que a comunidades fosse ouvida e nela estão as mais diversas formas de ingerência do governo e de empresas nas terras indígenas, principalmente através de contratos de carbono como o REDD.
Antes de se dirigirem à sede do poder executrivo, os indígenas foram ao ministério Publico Federal onde foram recebidos pelo Dr. Paulo Henrique, procurador federal. Na ocasião protocolaram um documento com as principais reivindicações e pediram providências quanto as constantes ameaças de morte que vem sofrendo incluindo duas lideranças do povo Jaminawa, sendo que a ameaça ao sr.João Pedro Jaminawa já foi objeto de denúncia por este blog.
Com falas duras, as lideranças teceram criticas à Funai a qual acusaram de inoperância e de trabalhar mais para satisfazer as suas próprias vontades que para solucionar os problemas dos indios, especialmente os ligados à terra. pediram para que o MPF determine que a Funai retome os processos de demarcação e, finalmente, cumpra com suas obrigações. A este respeito o procurador informou que amanhão, às 11:00 terá uma reunião com a coordenação da Funai e que vai esternar as vontades e desejos dos povos indígenas.
Mesmo com a saída de 150 lideranças, a funai não foi e não será desocupada até que as autoridades cumpram com suas obrigações, declararam as lideranças que deixaram cerca de 50 pessoas na sede da Funai por medida de segurança e voltarão para lá, na Funai, ao anoitecer.
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