Em
razão das manifestações que tomam conta de várias capitais brasileiras, no
início desta semana, Jorge Viana (PT) foi à tribuna do Senado e dali falou,
altissonante: “Nossa população não pode ser tratada como bandida”. Para ele, as
manifestações dos jovens são legítimas.
Engraçado.
Nem parece aquele que aqui conhecemos. Quem não se lembra daquele 7 de setembro
em que, sob suas ordens, a polícia reprimiu e deteve vários manifestantes? Onde
estava ele quando seu irmão deu ordens para que o COE jogasse bombas de efeitos
moral nos manifestantes da 6 de Agosto e atirasse balas de borracha neles?
Convém
lembrar que na ocasião não eram apenas os jovens que se manifestavam, mas famílias
inteiras: crianças, menores, idosos etc. Até onde acompanhamos, o senador não
pronunciou nenhuma palavra crítica sobre o acontecido.
Muito
ao contrário, tentou desqualificar ambas as manifestações. Além disso, tentou
creditar esta última à oposição.
Coisas
como essas deixam claro que a democracia que Jorge Viana defende para o Brasil
não é a mesma que ele quer para o Acre. Aqui, ele prefere fazer valer a lei do
porrete, desrespeitando manifestações das ruas e das urnas, como o comprova o
caso do referendo em que a população decidiu pela volta da hora do Acre como
era. Em Brasília, ele, Aníbal Diniz (PT) e Sibá Machado (PT) se desdobram, fazendo
de tudo para sepultar o resultado do pleito que lhes foi desfavorável.
Democracia
para os brasileiros, diz Jorge Viana. Mas não para os acrianos... Que venha logo
o dia do basta e que chegue para ficar. A democracia é pedra preciosa e delicada
demais para ficar nas mãos dos coronéis, dos velhos como dos novos... Que o
povo tome posse do que de fato lhe pertence... Estaremos nas ruas...
[1]
Cientista Social, com habilitação em Ciência Política e membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e
Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (NUPESDAO).
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