Israel Souza
Nos
olhos, expostos,
A
pele e o porão das almas,
A
transparência e o segredo.
Mas
o insabido não trazia medo,
Apenas
encanto.
No
fundo...
No
fundo e no espelho dos olhos,
Encontraram-se
duas solidões, que,
Se
bem nunca se haviam procurado,
Sempre
se haviam querido.
Pelos
olhos, as almas se tocaram,
Se
trocaram.
Embeberam-se
uma da outra,
Até
se con-fundirem, formando umoutra.
Então
repousaram, uma na outra,
As
duas solidões,
Já
cansadas de um ermo vagar.
As
duas solidões que, por juntas serem mais,
Foram
menos dali por diante.
E
assim, no jardim dos acasos,
Como
que por mãos meninas,
O
absurdo mistério de existir
Fora
colhido flor,
Pleno
de sabor, e de sentido.
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