Soja na Amazônia |
Segundo o relatório, "a lavoura da soja, baseada na grande propriedade monocultora, tem incentivado o desmatamento em áreas do Cerrado e da Amazônia em diversos municípios brasileiros, onde, até então, a área da cultura já era dada como consolidada".
Dados disponibilizados pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram que nos meses de março, abril e maio de 2011 o Mato Grosso, maior produtor de soja do país, liderou as estatísticas de derrubada da mata.
Aumentaram também o número de irregularidades praticadas pelos produtores. Entre janeiro e julho de 2011, agentes do Ibama embargaram no Estado 29.646 hectares por danos ilegais à vegetação nativa. As multas aplicadas somam R$ 192 milhões, com 453 autos de infração lavrados.
Em entrevista à Repórter Brasil, o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, afirmou que 12 das 13 frentes de desmatamento fiscalizadas pelo órgão no Mato Grosso, no 1º semestre de 2011, seriam destinadas à produção de grãos, e apenas uma à pecuária. Além disso, municípios tradicionalmente sojeiros, como Nova Ubiratã (MT), Cláudia (MT), Feliz Natal (MT) e Peixoto Azevedo (MT) entraram nas listas de campeões de desmatamento.
Código Florestal
Evaristo também afirmou que as novas frentes de desmatamento foram incentivadas pela expectativa de anistia aos desmatadores criada pelos debates sobre o Novo Código Florestal no Congresso Nacional. O estudo afirma que associações de produtores rurais mato-grossenses chegaram a incentivar associados a praticarem o desmatamento, sob alegação de que as mudanças no Código Florestal livrariam os desmatadores de punições.
Atualmente o projeto que altera o texto do Código Florestal está em análise pelo Senado Federal e deve ser votado até o dia 31 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Leia o estudo: O avanço da soja e o Novo Código Florestal: Uma análise dos impactos do projeto em debate no Congresso
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