quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Novo Código Florestal e a entrega da Amazônia para o imperialismo

PCO- Em 1989, o ex vice presidente norte-americano Al Gore declarou: "Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós". O "todos nós" deve ser entendido, evidentemente, como os grandes monopólios imperialistas.
A chamada internacionalização da floresta seria um meio deles explorarem os recursos dela que, sozinha, representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e que possui a maior biodiversidade do mundo. Além disso, a Amazônia corresponde a uma das maiores regiões do planeta com potencialidade para a descoberta de novos bens minerais.
É justamente neste contexto que está inserida a política dos latifundiários, apoiada pelo governo do PT, de aprovar o projeto que institui mudanças no Código Florestal brasileiro. Segundo o texto do projeto, as áreas de proteção de reservas legais poderiam diminuir dos atuais 80% para até 20%. A região Sul do Pará, por exemplo, que vai de Marabá, parte do Planalto de Santarém, até a fronteira de Tocantins e Mato Grosso, passa a ser uma região caracterizada como Cerrado e, portanto, pode ter apenas 30% da sua área preservada como reserva.
Esta e outras medidas adotadas pelo novo Código buscam consolidar atividades feitas através dos latifúndios monocultores que produzem fundamentalmente para exportar commodities.
Por isso, paralelamente às alterações no Código Florestal o governo do PT vem promovendo certos investimentos em projetos de infraestrutura energética e logística como a construção de hidrelétricas, rodovias, hidrovias etc.
Estes investimentos, no entanto, não estão voltados ao desenvolvimento da economia nacional como alega o governo.
Pelo contrário, pretendem transformar a Amazônia em uma verdadeira plataforma de exportação. Uma região para produzir commodities. Não por acaso, a economia nacional nos últimos anos tem se caracterizado por uma chamada desindustrialização, ou seja, pelo crescimento do setor primário na participação do PIB. Produto de uma política que está aprofundando o atraso nacional e que se for levada adiante irá aumentar a dependência do País em relação às economias imperialistas.
Mas ao contrário do que sugerem os parlamentares que representam o latifúndio e do que propagandeia a imprensa capitalista este processo não se dá somente pela aprovação do novo Código Florestal no Congresso através dos tramites ditos "democráticos".
Paralelamente à tramitação do novo Código no Congresso Nacional, o latifúndio vem impondo, na prática, através da violência, esta política na região amazônica. Os casos de mortes de camponeses na região estão diretamente ligados à expansão das fronteiras agrícolas na região Norte. Latifundiários ameaçam e matam pequenos proprietários para obter suas terras e expandir seus negócios.
Neste sentido, para que toda a riqueza da floresta seja usada para o desenvolvimento do País e em benefício da população é preciso lutar contra este processo de verdadeira grilagem de terras promovido pelo novo Código Florestal.
Embora legalmente a floresta ainda esteja em mãos brasileiras ela de fato só será do País na medida em que seus recursos estejam de fato voltados aos interesses da população.
No último período, este setor da burguesia se apoiou na alta dos preços das commodities no mercado internacional. Porém, a crise capitalista já vem provocando uma desvalorização das commodities no mercado internacional, mostrando que, além de tudo, esta política contribuirá para o agravamento da situação nacional e fará o Brasil atravessar a pior econômica de sua história.

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