Embora
confusas quanto à intenção de voto para candidatos ao governo do estado, as
últimas pesquisas convergem ao apontar Gladson Cameli (PP) à frente de Perpétua
(PCdoB), com considerável vantagem.
Nestas
eleições, a fim de aumentar sua base, Perpétua procurou um suplente evangélico.
A estratégia é razoável, já que, eleição após eleição, o público evangélico vem
demonstrando seu peso nas disputas eletivas.
Em suas primeiras inserções
na propaganda eleitoral, a candidata aparecia ao lado da família, falando da Bíblia
e de formação religiosa. Tudo ficou estranho, entre o forçado, o superficial e o
esquisito. Não deu certo. Talvez, por isso, tenha abandonado a estratégia.
Nem mesmo os crentes
(católicos, protestantes e evangélicos), a quem se dirigia aquele tipo de
inserção, se convenceram do que ela falava. Malgrado seu, os evangélicos estão
muito divididos politicamente – daí as candidaturas vindas em profusão desse
segmento. Ela jamais conseguiria seu apoio em bloco.
Além do mais, são muitos os
evangélicos que têm consciência do envolvimento de Perpétua com o movimento
LGBT e com outras bandeiras que eles desaprovam.
Para piorar, Tião Viana e
Jorge Viana fazem críticas tímidas, quase envergonhadas a Gladson. Isto se deve
ao fato de não poderem ser muito duros com o candidato como são com os outros
que compõem os blocos da oposição. É que parte da família Cameli está com a FPA
e parte está com a oposição. Seria desastroso para as forças governistas perder
esse apoio, já que o eleitorado do Juruá lhes é tão importante quanto arredio.
Como se pouco fosse, há uma
parcela considerável de petistas fazendo troça com a situação de Perpétua. Em
razão dos conflitos históricos entre PT e PCdoB (reavivados nas últimas
eleições em que Perpétua queria sair candidata à Prefeitura de Rio Branco, mas
foi preterida em favor de Marcus Alexandre), muitos petistas sequer abraçaram
sua candidatura. Para estes, ela está recebendo o mesmo tratamento que dispensara
à candidatura de Marcus Alexandre.
Tudo indica que Gladson
Cameli, um sujeito inábil com as palavras e de discurso gelatinoso, caminha
para a vitória. E assim será, caso não aconteça algo significativo que possa
modificar tal quadro nos próximos dias. E Perpétua, politicamente muito mais
experiente que ele, que tanto ansiava por uma oportunidade como essa, parece
fadada à derrota... Como naquela cantiga de criança, parece que também nestas
eleições a rosa há de sair despedaçada da briga com o cravo...
Não elegendo nem Perpétua
para o Senado nem Moisés Diniz para a Câmara Federal, a sorte do PCdoB não será
das melhores. Até agora ele era o segundo partido da FPA, um irmão para o PT.
Continuará nesta condição sem os cargos eletivos? Acho pouco provável... E,
junto com a capacidade de influência, perderá espaços de comando e cargos...
[1]
Cientista social e membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e
Desenvolvimento na Amazônia-Ocidental – NUPESDAO. Email:
israelpolitica@gmail.com
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